O dilema por ter o carro parado: ligo o motor de vez em quando ou não?
Nossa História recente, que toca a questão da pandemia do COVID-19, fez com que muitos motoristas, que antes não precisavam se preocupar com a questão do carro parado muito tempo, pensassem em como agir em relação a isso, uma vez que é sabido que os carros foram feitos para serem usados e não estacionados por longos períodos.
Seja pelo motivo da pandemia (que felizmente já parece ser coisa do passado) ou por qualquer outro motivo em que o carro tenha de ficar parado por muito tempo (uma longa viagem internacional – por exemplo), traz um cenário bem longe do ideal para um automóvel que, como dissemos anteriormente, não deve ficar parado por longos períodos, pois essa inatividade traz consigo uma série de possíveis avarias que irão obrigar você a recorrer a uma oficina quando precisar utilizar o carro novamente.
Entretanto, as práticas a serem adotadas diante dessa situação trazem alguns dilemas. Dilemas como, por exemplo, se é útil pedir para que alguém ligue o motor do carro de vez em quando durante nosso período de ausência.
Sim, ligar o motor é recomendável
É recomendável ligar o motor de vez em quando, por exemplo, uma vez por semana, ou uma vez a cada duas semanas, e manter o motor ligado por um determinado período, cerca de 10 ou 15 minutos.
A partida do motor facilita a relubrificação e a circulação dos líquidos, evitando possíveis obstruções e problemas nos circuitos de combustível, óleo e líquido de arrefecimento.
Resolvido esse dilema, surgem outros, como: “que outros problemas podem surgir se meu carro ficar parado muito tempo”?
O que mais temos que levar em consideração?
Um dos problemas mais comuns nessa situação, sem dúvidas, é o de carros cujo motor não consegue dar partida por ter esgotado a energia armazenada em sua bateria. Partidas periódicas, mantendo o motor funcionando por um tempo para recarregar a bateria, podem ser suficientes para recuperar a carga em alguns casos. Mas também devemos estar cientes de que em muitos outros eles podem drenar a carga da bateria e que o tempo que mantemos o motor funcionando não é suficiente para recarregar a energia perdida na partida.
Pensemos que o esgotamento da nossa bateria neste caso depende de muitos fatores, do estado e idade da bateria, da sua capacidade, do consumo gerado pelos sistemas elétricos que ficam ligados e do próprio sistema de arranque, e até pelo estado do alternador e sua capacidade de recuperar energia.
Quais são as alternativas?
O melhor cenário é se seu carro estiver guardado em uma garagem e que disponha de uma tomada perto. Nesse caso, é muito útil que você adquira um carregador de baterias de carro, que na data em que este artigo está sendo escrito, custa a partir de R$ 109,00 na Amazon – um valor muito acessível.
Mas atenção! Este tipo de dispositivo não foi projetado para ajudar a arrancar imediatamente um motor de um carro cuja bateria está totalmente descarregada, mas sim para manter a carga da bateria durante seu momento de longa inatividade, seja plugado na tomada permanentemente ou ligado de tempos em tempos para recuperar a carga de uma bateria que está incapacitada de gerar energia suficiente para acionar o motor de arranque.
A melhor prática, caso seja possível, é aproveitar toda vez que ligar o motor, uma vez por semana, conectar o carregador de bateria por algumas horas. Estes dispositivos que mantém a carga da bateria costumam ser muito econômicos, ou seja, não precisa se preocupar com o aumento de consumo de energia elétrica.
Caso o cenário acima não seja uma realidade e a bateria estiver descarregada, você vai precisar de um carregador de baterias portátil, ou, cabos e pinças para fazer a famosa “chupeta” com a ajuda de um segundo carro.
Dicas extras
1 - Mesmo desligados, sobretudo os carros modernos e cheios de tecnologia, continuam consumindo energia, justamente pelo fato de terem tantos equipamentos eletrônicos embarcados. É de bom tom desconectar a bateria para que esta descarregue mais devagar.
2 - Abasteça o carro com uma quantidade razoável de gasolina aditivada. A gasolina aditivada dura mais tempo, pois oxida mais lentamente. Isso ajuda inclusive a evitar ferrugens no tanque de combustível.
3 - Se possível, deixe o carro em lugar protegido do sol e outras intempéries. Se coberto com uma capa, ainda melhor. Limpe-o por dentro para evitar mau cheiro e que atraia insetos como formigas e baratas por exemplo. Remova a sujeira externa para que a pintura não seja danificada.
4 - Pneus tendem a perder a pressão mesmo sem uso. Antes de deixar o automóvel em repouso, calibre os pneus, inclusive com um pouco mais de pressão em relação à pressão recomendada no manual do carro. Quando voltar a utilizar o veículo, calibre novamente com a pressão correta, de preferência ainda com os pneus frios.
5 - Ao voltar do período de inatividade, faça uma revisão completa no carro, sobretudo nos fluídos como líquido de arrefecimento e lubrificantes, que podem perder suas propriedades com o passar do tempo. Quando voltar a circular, passe a observar atentamente a questão do arrefecimento. É comum que algumas mangueiras ressequem e apresentem vazamentos de água ou líquido de arrefecimento, elevando a temperatura do motor além do ideal, o que é um grande perigo.